Se há grupo de doentes que tenho medo de encontrar nas minhas classes de reeducação postural são aqueles que possuem uma condição álgica aguda. O modelo mais flagrante corresponde à existência de hérnia discal lombar em fase aguda com ou sem ciatalgia. Diga-se de passagem que o princípio da deslordose pode ser flagrantemente perigoso no caso destes doentes. Os tradicionais “queixo ao peito” e “retroversão da bacia” não parecem dar grandes resultados no respeitante aos sintomas de fase aguda de herniação. Aliás, já tive maus resultados no tratamento de hérnias cervicais com a utilização de certas posturas do RPG. Daí que possua muitas reservas quanto à utilização de posturas de reeducação postural, paradigmaticamente realizadas em flexão, nos casos de doentes com hérnias de disco.
E mais uma vez refiro que não acredito muito na osteopatia ou na quiroprática para o bom tratamento de hérnias discais. A meu ver, a simples tracção manual constitui a melhor forma de tratar hérnias cervicais. Podem referir Maitland, McKenzie, Mulligan, Janda, Cyriax, Kaltenborn, o que quiserem, mas para as hérnias cervicais só utilizo duas coisas: tensão neural adversa para avaliação inicial e reavaliação + tracção manual. Os resultados costumam ser imediatos. Terapias manuais podem ser fantásticas para outras condições. Mas não para as hérnias da cervical.
Relativamente às hérnias lombares, a história já é um pouco diferente. Aqui acredito que o método de Maitland é o mais eficaz, sendo que dispenso as tracções e também as extensões passivas.
É claro que a ordem de preferências dos diversos terapeutas dependerá, em grande parte, da formação básica e profissional que possuam, para além de uma certa subjectividade preferencial.
Não é muito comum um fisioterapeuta da área reeducativa, como é o meu caso, interessar-se por terapias manuais. Há obviamente excepções mas, para mim, a reeducação postural é tudo, preferindo a prevenção ao tratamento manipulativo eventualmente deletério.
Ainda assim, admiro o bom terapeuta manual. E entregar-me-ia muito mais rapidamente a um destes terapeutas do que a um osteopata formado aqui em Portugal (obviamente, não comparável com o osteopata formado, por exemplo, em Oxford). Também aceito que as diferentes técnicas de “terapia manual” encarnam um certo marketing, difícil de explicar. Por exemplo, já alguém se deu ao trabalho de comparar as técnicas de Cyriax com as de McKenzie? Ou as de Maitland com as de Kaltenborn? Há diferenças, obviamente. E só o leigo é incapaz de as reconhecer. Mas será que as diferenças inerentes aos próprios métodos resultam em diferenças relevantes nos resultados? Em relação a isso, provavelmente, só os especialistas da área poderão responder...
E mais uma vez refiro que não acredito muito na osteopatia ou na quiroprática para o bom tratamento de hérnias discais. A meu ver, a simples tracção manual constitui a melhor forma de tratar hérnias cervicais. Podem referir Maitland, McKenzie, Mulligan, Janda, Cyriax, Kaltenborn, o que quiserem, mas para as hérnias cervicais só utilizo duas coisas: tensão neural adversa para avaliação inicial e reavaliação + tracção manual. Os resultados costumam ser imediatos. Terapias manuais podem ser fantásticas para outras condições. Mas não para as hérnias da cervical.
Relativamente às hérnias lombares, a história já é um pouco diferente. Aqui acredito que o método de Maitland é o mais eficaz, sendo que dispenso as tracções e também as extensões passivas.
É claro que a ordem de preferências dos diversos terapeutas dependerá, em grande parte, da formação básica e profissional que possuam, para além de uma certa subjectividade preferencial.
Não é muito comum um fisioterapeuta da área reeducativa, como é o meu caso, interessar-se por terapias manuais. Há obviamente excepções mas, para mim, a reeducação postural é tudo, preferindo a prevenção ao tratamento manipulativo eventualmente deletério.
Ainda assim, admiro o bom terapeuta manual. E entregar-me-ia muito mais rapidamente a um destes terapeutas do que a um osteopata formado aqui em Portugal (obviamente, não comparável com o osteopata formado, por exemplo, em Oxford). Também aceito que as diferentes técnicas de “terapia manual” encarnam um certo marketing, difícil de explicar. Por exemplo, já alguém se deu ao trabalho de comparar as técnicas de Cyriax com as de McKenzie? Ou as de Maitland com as de Kaltenborn? Há diferenças, obviamente. E só o leigo é incapaz de as reconhecer. Mas será que as diferenças inerentes aos próprios métodos resultam em diferenças relevantes nos resultados? Em relação a isso, provavelmente, só os especialistas da área poderão responder...
8 comentários:
Caro Luís, sou fisioterapeuta e ando a tirar o curso de osteopatia dado pela Escola de Osteopatia de Madrid. Devo dizer que este curso é só para fisioterapeutas, sendo talvez por isso dado de uma maneira muito completa. Devo desde já dizer que, nunca em nenhuma altura do curso nos foi dito que tratavamos as hérnias discais, sendo até contra-indicação ás manipulações. Bem sei que a maioria dos osteopatas que andam aí são formados sabe Deus como e não têm conhecimentos básicos como nós, fisioterapeutas. Para quem gosta de terapia manual, como eu, acho um bom complemento às práticas dadas em fisioterapia pois consegue de uma forma mais rápida obter bons resultados. Acho que antes de olhar para o produto estrangeiro, devemos começar a olhar mais para o nacional pois já começam a haver muitos bons profissionais nessa área.
Olá, Luis
Eu atendi alguns pacientes com hérnia discal lombar e tive bons resultadaos com a RPG. No meu ponto de vista é a patlogia mais dificil de se trabalhar, principalmente pq as posturas indicadas são as de fechamento de coxofemural, em que, se não tomar cuidado, o paciente pode cifosar a lombar e correr o risco de piorar a hérnia. Semana que vem começarei a atender uma paciente com várias alterções discais, como abaulamento póstero-lateral, redução por desidratação, entre outras alterções, além de alterações vertebrais. Será mais um desafio a vencer.
Já em relação as manipulações, eu só tenho conhecimento e formação em Maitland, mas não tenho muita prática, mas se lembro bem, não era um método indicado para tratamento de hérnias discais.
Abraços
Colegas, continuo a não perceber o porquê de associar a Osteopatia às manipulações. É muito mais do que isso. As técnicas manipulativas são eficazes quando nos é permitido recorrer a elas. Caso contrário não faltam técnicas, sejam osteopáticas, de Maitland, Mulligan, Cyriax ou outras. Não podemos é criticar profissões em geral, muito menos quando se desconhece a sua formação de base.
Cumprimentos
Caros colegas, nenhuma técnica ou terapia detém a totalidade do potencial reabilitador ou reeducador.
Quem gosta e se interessa por Osteopatia (actualmente muito pouco manipulativa) e por RPG, sabe que esse potencial aumenta de forma exponencial.
Abraço
Luis, não critique o que desconhece, eu trabalho com colegas em que eu trabalho com osteopatia e elas com RPG é o trbalho conjunto que melhor serve o interesse do paciente.
como referido tambem cursei pela EOMadrid e não me ensinaram a manipular hernias nem tirei um curso de manipulador assim como o fioterapeuta não é um massagista......
Olá Luís, sou professora de Educação física (especificamente pilates) e queria saber se tem espaço para alguém que não é da área da fisioterapia, mas que gosta muito de ler e discutir sobre o tema. Eu sinto que na minha prática falta algum conhecimento mais profundo que vcs fisioterapeutas têm concerteza.
Obrigada
Cumprimentos
Olá Luís Sou Osteopata e nunca fui fisioterapeuta. E a ideia de que a osteopatia apenas deve ser para fisioterapeutas está muito errada. Se fores ver a história da osteopatia, diz te o contrario. Por isso o cisne branco diz que está a tirar o curso de osteopatia e não trata hérnias. A Osteopatia tem como base uma visão holística, daí não poderes actuar directamente nas hérnias mas sim nos níveis abaixo e acima. A hérnia é uma hipermobilidade devido a uma hipomobilidade que estará algures. Pensa nisso. Tenho a certeza que quando o cisne acabar o seu curso e se desprender vai concordar comigo até porque conheço bem o método de ensino da escola de Madrid que é idêntico a minha formação. Já tive formação de Oxford e prefiro a de Madrid.
Luis eu estou como se diz no Alentejo " desmanchado " , ou seja ... tenho dores na coluna, tonturas, mau estar, e sei que tenho algo que não está no lugar pois já me meteram a coluna no sitio inúmeras vezes. Se eu estivesse no Alentejo já estaria " arranjado " mas, estou na Alemanha e queria saber se existe algum método para que fique melhor sem ter de ir ao Hospital pagar para me darem um esticão como me fez o médico aqui da última vez. Obrigado. Agradecia que pudesses responder.
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