É o título do segundo grande livro de Thérèse Bertherat. E que posso eu dizer desta obra que pode, eventualmente, ser encomendada pela Internet?... Muita coisa, visto que a mesma é simplesmente fantástica na forma de ver os terapeutas corporais e os fundamentos do método Mézières.
Num dos capítulos do livro, Bertherat fala de outras terapias. Contesta a eficácia de Feldenkrais e de outras técnicas funcionais, assumindo que as mesmas permitem a função de forma batoteira e compensada. Contesta igualmente a eficácia das técnicas de relaxamento, por assumir que as mesmas estão enfocadas somente nos sintomas (tratados pelo poder persuasivo da voz do terapeuta) e não nas causas. E, por outro lado, elogia o Rolfing, realizando aquela fantástica comparação entre este método e o método Mézières (que muitos poderiam ter feito, mas ainda actualmente não tende a ser realizada).
Gostaria de citar a seguinte passagem do livro: “O rolfing é praticamente, que eu saiba, a única técnica ocidental que não contradiz os princípios de base do método Mézières: já é muito. Ida Rolf sabe como é importante alongar o conjunto da musculatura (...). E, lógico, construiu o seu método a partir da ideia de que a estrutura determina a função, e não o inverso. Mas... Não sei como dizer de outro modo. Ida Rolf não é Françoise Mézières. Ela não fez a mesma descoberta. Pode-se dizer que Ida Rolf foi mais longe nas suas pesquisas [sobretudo por ter dado grande importância ao papel das fáscias], mas no seu percurso não se deteve o suficiente diante do que considero primordial: a anatomia da musculatura posterior que faz com que ela esteja, inevitavelmente, na origem de toda a deformação adquirida. Ida Rolf morreu sem conhecer a descoberta de Françoise Mézières.”
É fantástica a forma como Bertherat explicou que tem sido vaiada por muitos mézièristas que não compreendem a amplitude da sua visão biopsicossocial do ser humano. Para Bertherat, o método Mézières é fantasticamente mais Global do que aquilo que é pressuposto por muitos mézièristas.
Como é tão bom possuir a inteligência criadora capaz de fomentar a comparação entre técnicas. Por exemplo, Bertherat não o diz na sua obra mas vale a pena dizer que terapias funcionais como Bobath e a técnica Alexander não se interessam pela estrutura mas somente pela facilitação da função; daí não serem verdadeiras terapias com vista à causalidade. E, por exemplo, ninguém tem a ousadia de comparar a visão das fáscias da abordagem dos “Trilhos anatómicos” com o método de Busquet (“Cadeias musculares”)? Dizer que o primeiro método é “rolfista” e que o segundo é “mézièrista” é expressar muito pouco de uma natureza teorética de métodos tão prolífica!
A verdadeira intelectualidade expressa-se pela criatividade com que comparamos, e criamos o eclectismo visionário das coisas. Obras como a da Bertherat, em que a mesma realiza tais comparações, são de leitura obrigatória.
Num dos capítulos do livro, Bertherat fala de outras terapias. Contesta a eficácia de Feldenkrais e de outras técnicas funcionais, assumindo que as mesmas permitem a função de forma batoteira e compensada. Contesta igualmente a eficácia das técnicas de relaxamento, por assumir que as mesmas estão enfocadas somente nos sintomas (tratados pelo poder persuasivo da voz do terapeuta) e não nas causas. E, por outro lado, elogia o Rolfing, realizando aquela fantástica comparação entre este método e o método Mézières (que muitos poderiam ter feito, mas ainda actualmente não tende a ser realizada).
Gostaria de citar a seguinte passagem do livro: “O rolfing é praticamente, que eu saiba, a única técnica ocidental que não contradiz os princípios de base do método Mézières: já é muito. Ida Rolf sabe como é importante alongar o conjunto da musculatura (...). E, lógico, construiu o seu método a partir da ideia de que a estrutura determina a função, e não o inverso. Mas... Não sei como dizer de outro modo. Ida Rolf não é Françoise Mézières. Ela não fez a mesma descoberta. Pode-se dizer que Ida Rolf foi mais longe nas suas pesquisas [sobretudo por ter dado grande importância ao papel das fáscias], mas no seu percurso não se deteve o suficiente diante do que considero primordial: a anatomia da musculatura posterior que faz com que ela esteja, inevitavelmente, na origem de toda a deformação adquirida. Ida Rolf morreu sem conhecer a descoberta de Françoise Mézières.”
É fantástica a forma como Bertherat explicou que tem sido vaiada por muitos mézièristas que não compreendem a amplitude da sua visão biopsicossocial do ser humano. Para Bertherat, o método Mézières é fantasticamente mais Global do que aquilo que é pressuposto por muitos mézièristas.
Como é tão bom possuir a inteligência criadora capaz de fomentar a comparação entre técnicas. Por exemplo, Bertherat não o diz na sua obra mas vale a pena dizer que terapias funcionais como Bobath e a técnica Alexander não se interessam pela estrutura mas somente pela facilitação da função; daí não serem verdadeiras terapias com vista à causalidade. E, por exemplo, ninguém tem a ousadia de comparar a visão das fáscias da abordagem dos “Trilhos anatómicos” com o método de Busquet (“Cadeias musculares”)? Dizer que o primeiro método é “rolfista” e que o segundo é “mézièrista” é expressar muito pouco de uma natureza teorética de métodos tão prolífica!
A verdadeira intelectualidade expressa-se pela criatividade com que comparamos, e criamos o eclectismo visionário das coisas. Obras como a da Bertherat, em que a mesma realiza tais comparações, são de leitura obrigatória.
2 comentários:
As obras de Bertherat parecem ser interessantes, mas dificilmente as encontramos em Portugal
Você pode adquiri-las através de um site de sebo on line: www.estantevirtual.com.br
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