Agora que todos falam do Facebook e da questão da "invasão da privacidade", gostaria de dizer umas quantas palavras sobre isso. Não há ninguém que seja mais crítico relativamente às inovações do tipo "redes sociais" e "Ipad" quanto eu. Acredito até que estas "modernices" representem o fim hipotético de um mundo que tem muito mais graça, que é o mundo dos livros bolorentos e dos engates em real time. Por outro lado, sabidamente também eu me traí e também eu criei uma página no Facebook. É verdadeiramente um defeito. Mas é um defeito que assumo consciente e responsavelmente. E acredito que a maioria das pessoas ligadas a esta rede social tem plena noção daquilo que acarreta a sua subscrição. Daí não entender toda esta "prosódia" sobre o ataque à privacidade. Pois, quem coloca um perfil no Facebook sabe perfeitamente que está a criar uma brecha na sua privacidade e, suponho eu, está a responsabilizar-se por esse acto. Dizendo de outro modo, quando coloco informações nas redes sociais, sei perfeitamente que toda a gente vai ter acesso àqueles dados; aliás, o objectivo é esse mesmo. Depreendo obrigatoriamente que aquele é um espaço em que autorizo a sua revelação. Por isso, não entendo a questão da "Privacidade", visto que, talvez exceptuando as crianças pequenas, essa é uma questão da pura "liberdade responsável" dos utentes das redes.
Publicado parcialmente no Correio dos Leitores do Jornal "I"
Publicado parcialmente no Correio dos Leitores do Jornal "I"
Sem comentários:
Enviar um comentário