O método da Reconstrução Postural constitui não só uma fonte de renovação metodológica relativamente a Mézières, mas também o resultado de um trabalho exploratório e casuístico muito significativo, o que só pode ser explicado pelo facto de o método ter sido desenvolvido num contexto académico, nomeadamente no contexto de formação base e pós-graduada da Universidade Louis Pasteur (Strasbourg, França).
A Reconstrução Postural difere do método Mézières em diversos aspectos, nomeadamente (Nisand, 1997; Jesel, 1999; Callens, 2004; Nisand, 2004): (a) Nisand descreve pormenorizadamente a cadeia anterior do pescoço, sendo que passamos a falar sobretudo de quatro grandes cadeias musculares: a grande cadeia posterior, a cadeia ântero-interna (diafragma e psoas), a cadeia braquial e a cadeia anterior do pescoço. (b) Propõe uma nova interpretação da lógica das compensações, salientando a importância de um conjunto de respostas neurológicas aquando do movimento (respostas evocadas) e o contributo dos centros neurológicos centrais para o surgimento das deformidades. Assim sendo, o tratamento passa não só pelo alongamento global das cadeias musculares, mas também pelo trabalho de consciencialização corporal com base na estimulação neuro-sensorial (ou seja, na modificação do padrão de excitabilidade muscular das cadeias posturais), de modo a que os alongamentos possuam um efeito de neuroplasticidade adaptativa eficaz e não só um efeito de modificabilidade temporária do tónus. (c) O método da Reconstrução Postural propõe uma outra forma de interpretar o aparecimento de dor. A dor não tem origem na própria deformidade, mas sim na incapacidade que a estrutura hipertónica tem de se deformar.
A partir destas diferenças, o método de tratamento por Mézières por meio do estiramento em “contracção isométrica excêntrica” transforma-se num meio de tratamento por “solicitação activa induzida” (Reconstrução Postural), ou seja, da postura trabalhada passivamente passa-se para um trabalho de carácter mais activo, mediante a facilitação de padrões de postura por meio de “pontos-chave” (veja-se a semelhança com os pontos-chave de controlo da abordagem neurofisiológica de Bobath), partes do corpo que são sujeitas a movimentos de grande amplitude com o objectivo de induzir ou solicitar determinado padrão postural. As posturas em Reconstrução Postural são obtidas, portanto, a partir de pontos periféricos precisos, e são mantidas não por tempos necessariamente muito prolongados (Mézières), mas até ao ponto em que se verifique a normalização tónica. O agravamento da dismorfia é, ao contrário do que ocorre com o método Mézières, uma condição obrigatória para se obter a postura normal, é um ponto de passagem para a obtenção de um padrão postural correcto.
Diferenças metodológicas levam a diferentes técnicas, sendo que muitas das manobras mézièristas foram modificadas ou suprimidas: o mézièrista tende a evitar todas as compensações, enquanto que o “reconstrutor” tende a lidar com todas as posturas que possam ser efectivas no sentido de se obter uma inibição do padrão; o mézièrista identifica a dismorfia como algo “anormal”, enquanto que o reconstrutor identifica a dismorfia como um ponto de passagem para a obtenção de um padrão postural vantajoso; o mézièrista tende a encontrar uma postura correctiva e a mantê-la o máximo de tempo possível, enquanto que o reconstrutor tende a manter a “postura” só até que exista extinção da resposta evocada (normalização tónica); as autoposturas são impensáveis na Reconstrução Postural, pois o próprio sujeito não consegue educar as suas próprias reacções tónicas correctivas; os proponentes da Reconstrução Postural não falam de “correcção morfológica” como os mézièristas, mas sim de “restauração morfológica”, a qual tem por base não o alongamento mio-fascial correctivo mas sim o alongamento com vista à normalização de padrões de activação tónica das cadeias musculares.
Em termos gerais, podemos referir que a Reconstrução Postural se apresenta como o método mais evoluído em matéria de metodologias de reeducação postural, ainda mais porque é o mais científico de todos os existentes. Vide a quantidade de artigos e investigações escritas, encontráveis no site citado num post anterior.
A Reconstrução Postural difere do método Mézières em diversos aspectos, nomeadamente (Nisand, 1997; Jesel, 1999; Callens, 2004; Nisand, 2004): (a) Nisand descreve pormenorizadamente a cadeia anterior do pescoço, sendo que passamos a falar sobretudo de quatro grandes cadeias musculares: a grande cadeia posterior, a cadeia ântero-interna (diafragma e psoas), a cadeia braquial e a cadeia anterior do pescoço. (b) Propõe uma nova interpretação da lógica das compensações, salientando a importância de um conjunto de respostas neurológicas aquando do movimento (respostas evocadas) e o contributo dos centros neurológicos centrais para o surgimento das deformidades. Assim sendo, o tratamento passa não só pelo alongamento global das cadeias musculares, mas também pelo trabalho de consciencialização corporal com base na estimulação neuro-sensorial (ou seja, na modificação do padrão de excitabilidade muscular das cadeias posturais), de modo a que os alongamentos possuam um efeito de neuroplasticidade adaptativa eficaz e não só um efeito de modificabilidade temporária do tónus. (c) O método da Reconstrução Postural propõe uma outra forma de interpretar o aparecimento de dor. A dor não tem origem na própria deformidade, mas sim na incapacidade que a estrutura hipertónica tem de se deformar.
A partir destas diferenças, o método de tratamento por Mézières por meio do estiramento em “contracção isométrica excêntrica” transforma-se num meio de tratamento por “solicitação activa induzida” (Reconstrução Postural), ou seja, da postura trabalhada passivamente passa-se para um trabalho de carácter mais activo, mediante a facilitação de padrões de postura por meio de “pontos-chave” (veja-se a semelhança com os pontos-chave de controlo da abordagem neurofisiológica de Bobath), partes do corpo que são sujeitas a movimentos de grande amplitude com o objectivo de induzir ou solicitar determinado padrão postural. As posturas em Reconstrução Postural são obtidas, portanto, a partir de pontos periféricos precisos, e são mantidas não por tempos necessariamente muito prolongados (Mézières), mas até ao ponto em que se verifique a normalização tónica. O agravamento da dismorfia é, ao contrário do que ocorre com o método Mézières, uma condição obrigatória para se obter a postura normal, é um ponto de passagem para a obtenção de um padrão postural correcto.
Diferenças metodológicas levam a diferentes técnicas, sendo que muitas das manobras mézièristas foram modificadas ou suprimidas: o mézièrista tende a evitar todas as compensações, enquanto que o “reconstrutor” tende a lidar com todas as posturas que possam ser efectivas no sentido de se obter uma inibição do padrão; o mézièrista identifica a dismorfia como algo “anormal”, enquanto que o reconstrutor identifica a dismorfia como um ponto de passagem para a obtenção de um padrão postural vantajoso; o mézièrista tende a encontrar uma postura correctiva e a mantê-la o máximo de tempo possível, enquanto que o reconstrutor tende a manter a “postura” só até que exista extinção da resposta evocada (normalização tónica); as autoposturas são impensáveis na Reconstrução Postural, pois o próprio sujeito não consegue educar as suas próprias reacções tónicas correctivas; os proponentes da Reconstrução Postural não falam de “correcção morfológica” como os mézièristas, mas sim de “restauração morfológica”, a qual tem por base não o alongamento mio-fascial correctivo mas sim o alongamento com vista à normalização de padrões de activação tónica das cadeias musculares.
Em termos gerais, podemos referir que a Reconstrução Postural se apresenta como o método mais evoluído em matéria de metodologias de reeducação postural, ainda mais porque é o mais científico de todos os existentes. Vide a quantidade de artigos e investigações escritas, encontráveis no site citado num post anterior.
Resta dizer, aliás sublinhar, que a Reconstrução Postural parece estar anos de luz mais evoluída que qualquer outro conceito de Reeducação Postural. É, na realidade, um verdadeiro método reeducativo, visto que integra funções de modulação a nível central (SNC). A Reconstrução Postural, tanto em termos metodológicos como em termos práticos, vai muito para além de Mézières ou do RPG. Porém, são poucos os que conhecem o método. Alguém saberá que para um fisioterapeuta ser "reconstrutor" tem de estar pelo menos três anos na Universidade Louis Pasteur? Peço, mais uma vez, que quem quer que esteja a ler este texto não deixe de visitar o site http://www.reconst-posturale.com e não deixe de procurar a parte relativa à bibliografia e também o local onde se apresentam dezenas de fotografias do antes e do depois relativos a meses ou anos de tratamento.
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